quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Uma Análise Matemática do Arco da Orla de Curaçá


Na nossa cidade (Curaçá-Ba) existe uma figura geométrica que muito intriga. Para alguns não passa de uma estrutura em forma de arco, mal feita e que enfeita a orla. Para outros representa uma forma peculiar de arquitetura. valorizando o por do sol trazendo uma estética arrojada à visão de quem a observa de frente.


Figura 1: Arco da Orla de Curaçá, visão de frente ao por do sol


Fato é que tal estrutura cativou a curiosidade matemática desse que vos escreve, e a pedido de uma amigo, resolvi fazer uma pequena pesquisa do arco.

Os resultados não se mostraram ricos, tamanho também foi o desânimo quando vi que se tratava de um objeto geométrico irregular e grosseiro. Mas quão foi admirável quando, na verdade, verificou-se de que não se tratava de uma parábola. Vamos a os dados:

* O arco não é uma parábola
*  O arco cria uma ilusão de um "arco capaz"
* O sol fica bem no meio do arco nos solstícios apresentando belas imagens
* Tem traços fortíssimos da Razão Divina
Bom, vamos  falar do nosso primeiro item.


=>PARÁBOLA

Aprendemos no ensino fundamental que uma equação de segundo grau tipo ax² +bx + c forma no gráfico uma parábola, que pode ter uma máximo, se está voltada para baixo, ou pode ter um mínimo, se está voltada para cima. É verificável que o referido arco se encontra voltado para baixo, logo tem um máximo, que é o seu topo, só que não se configura uma parábola. Por que então não pode ser considerada tal?
Uma parábola tem suas "pernas" sempre abertas se dirigindo ao infinito não paralelas. O que se observa na estrutura é que as suas "pernas" deixam a inclinação natural em direção ao infinito e ficam em linha reta com o solo. Mais estudos poderiam supor que ao invés de ser parábola, ela poderia ser uma elipse. Isso exigiria mais um pouco de estudos.


Figura 1.2:Diferenças entre Arco e parábola, respectivamente.




Não se sabe qual a intenção do arquiteto que a criou, mas certamente quem pensa que ela é semelhante àqueles gráficos quadráticos que se vê na 8ª (oitava) série, apenas colide com a semelhança, que se perde no rigor matemático. O arco não é uma parábola.


 Figura 1.3:Pernas da parábola indo ao infinito e não paralelas.




=>ARCO CAPAZ

O arco capaz é uma arco que tem a propriedade de ser observado, a qualquer ponto de um  mesmo determinado ângulo escolhido. O da Orla não é um arco capaz, pois não é capaz de proporcionar, a diferentes observadores em nenhum ângulo, a mesma paisagem propiciada. Em outras palavras, se fosse um arco capaz, ele proporcionaria a mesma visão a diferentes observadores em diferentes ângulos.



=> IMAGEM DO POR DO SOL

Em certas épocas do ano é possível deslumbrar, a certo ângulo, um por de sol diretamente no centro desse arco. A figura 1 mostra esse fenômeno quase no seu ápice, sendo infeliz na escolha do ângulo para flagrá-lo no meio. Mesmo assim a vista proporcionada é belíssima, levantando suspeitas de ter sido construído em base da razão divina.


=> RAZÃO ÁUREA

Também chamada de Razão Divina. Número de Outro, Razão Dourada, o número oriundo da divisão de certos tamanhos, propicia uma dos mais incríveis e misteriosos dentro da matemática, o número phi.
Estudado pelos gregos foi fundamental nas construção de vários templos dos deuses na antiga Grécia, como o Parthenon, arquitetado todo dentro dessa razão. Os pitagóricos também gostam dessa razão e estudavam a fio as propriedades desse estranho número, 1, 608..., que é irracional. Ele está presente na natureza através as flores, árvores, animais, furacões, tufões, e também no homem.

O arco parece possuir as mesmas características áureas, nome dado por conta de os gregos a europeus na Idade Média acharem-no divino, obra de Deus.O ângulo de formação dos pés da estrutura se aproxima razoavelmente dessa razão, e sua visão quando o sol descamba também alude ao tal divino número. No entanto mais observações e medições são necessárias a serem efetuadas a fim de que possa se constatar se foram colocados de modo proposital ou apenas uma feliz coincidência.

Ora, como coincidência, podem afirmar alguns. O curioso é que muitas pessoas desenham e fazem obras de arte em cima dessa razão e não sabem. Quando determinada figura, imagem, construção sai-se muito bonita, de modo agradável a os olhos humanos, quase sempre, quando se faz uma análise matemática, resulta no número divino! E mais, é perceptível que o arco fica numa distância que entre o começo e fim da orla cimentada, que se aproxima terrivelmente da razão áurea, isto é, a distância entre o arco e o começo da Orla contando a partir do prédio da Secretaria de Educação, e a distância entre ela o fim da orla, próximo ao bar de Cachoeira, se divididas, maior parte pela menor parte, resultar-se-ia na tão famosa razão citada!
Será o Arco da Orla, uma estrutura divina? Depende dos olhos de quem vê.

Mais detalhes da Equação que descreve o Arco, clique aqui e faça o download em Word do arquivo preliminar que será mais profundamente analisado pelos alunos da 8ª série B da Escola Estadual Dr. Manoel Novaes de Curaçá - BA. Após ir à página direcionada escolha o formato doc e a opção download now, escolha o local de armazenamento ou peça para abrir e pronto, está em posse do artigo.

PRÓXIMO ARTIGO DISCUTIREMOS A MATEMÁTICA EXISTENTE NO PRÉDIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL E O ESTRANHO CILINDRO DE PORTA. Quantos litros de água será que cabe lá?

4 comentários:

Anônimo disse...

Valeu Marquinhos!!! Muito om o Blog!! e a postagem sobre o arco da Orla, muito boa!!!

Abraços!!

Elias Fonseca

Anônimo disse...

Como dizia Descartes
'' A Matemática apresenta invenções tão sutis que poderão servir não só para satisfazer os curiosos como, também para auxiliar as artes e poupar trabalho aos homens.''
gostei muito do blog bem criativo,com ótimas abordagens históricas.
abração
Uiara

Anônimo disse...

Valeu Marquinhos,você sabe fazer a diferença, continue assim!!João Tavares.

Comunião Curaçá disse...

Marquinhos, obrigado pelo esforço. Todos nós curaçaenses nos orgulhamos de vocês. Parabéns!

Matemática: Arte das Trevas?

Tudo começou quando há um certo tempo um amigo de faculdade chegou em sala de aula totalmente maravilhado com um pequeno comentário de um de seus alunos. Ele foi surpreendido pelo pequeno com uma pequena e desconcertante pergunta: "Ei, você que é o Professor das Artes das Trevas?"

Bem pode ser que a maioria das pessoas não chegue a tanto como o garoto, mas certamente também compartilham com ele o mesmo espírito desbravador dessa que é realmente uma ciência oculta e perigosa e que ensina a os homens a pensarem por si , construirem um futuro melhor e a tornar mais gratificante e facilitadora a vida.

Aqui serão tratados assuntos referentes à matemática, ao seu dia-a-adia, leitor, ao seu cotidiano, inter-nauta, à sua sede de descoberta, curioso, à todos aqueles amantes da Ciência das "Artes das Trevas". Não tenham medo do nome, é parte do homosapiens temer do desconhecido e apenas caminhamos em direção ao entendimento da matemática e a uma nova visão de mundo.

À todos sejam Bem Vindos!

A Evolução das Perguntas

A Evolução das Perguntas
Homem aprendendo a fazer fogo e a contar